Otis, de Moçambique para o mundo.
Otis, nasceu em Inhambane, Sul de Moçambique. O pai era maestro numa banda regional, por isso Otis esteve na escola de música local aos 12 anos. Mudou-se entretanto para a capital Maputo, então Lourenço Marques, frequentando os estudos gerais na Escola Comercial, que não chegou a concluir pela paixão da música. O “saxman” intregrou vários grupos, até ficar efectivo na banda da Rádio Moçambique, durante seis anos. O grupo fez uma extensa digressão em 1978, abarcando Cuba (11º Festival Internacional de Havana), Alemanha, Checoslováqia ou Bulgária.
Otis aproveitou a viragem na direcção da banda, em 1985, para ir para Lisboa, onde ainda reside (Linda-a-Velha). O saxofonista começou em pequenos projectos, sendo até músico convidado do Festival da Canção, no final dos oitentas. O cantor popular Roberto Leal viu-o e convocou-o de imediato para a sua banda, mas Otis só aceitou à terceira. Durante 12 anos, Roberto Leal correu as comunidades lusófonas de Caracas a Washington, de Paris a São Paulo. “Foram tempos maravilhosos. Conheci meio mundo e milhares de portugueses”, recorda o moçambicano.
Percurso e colaborações
Seguiram-se as colaborações com Paulo de Carvalho (quatro anos), Miguel & André (três anos), João Portugal (um ano) e Beto (um ano). O cabo-verdiano Tito Paris tembém o chamou. “Desenvolvi mais a ‘world music’ e conheci o outro lado do mundo, de Hong Kong a Madagascar. Sou um previlegiado”, admite Otis, sincero. Vieram também convites de Rui Veloso. E até de Dulce Pontes, que em 1997, o desafiou a tocar consigo em Nova Iorque num concerto para o representante máximo da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan.
Mas o admirador de jazz e dos saxofonistas Grover Washington Junior, Dave Kose e Kenny G (o que mais discos vendeu até hoje: 30 milhões) também é autor e compositor. O seu quinto disco, “Olhar para Trás”, a fixar o espelho do tempo e a perspectivar a carreira; conta com colaborações de uma cantora alemã de jazz ou das coristas Dora & Sandra, dos Delfins. Nos discos anteriores de Otis, participaram igualmente Nucha, paulo de carvalho e os Anjos, entre outros.
Uma das últimas actuações a solo foi no “Língua da Sogra”, em Esposende, na festa da revista Cidade 21. O cardápio incluiu standarts e temas improvisados. o público ficou contagiado. “Adorei o espaço, o bar exterior é excelentíssimo, a gente acolhedora. Divertimo-nos todos imenso!”, sintetiza Otis, sorrindo.
Curiosamente, o intérprete que faz jogging no tempo livre tem-se dedicado ultimamente mais ao house, fazendo duplas com Dj em bares, discotecas ou casinos de Norte a Sul do país. “Sempre me abri à fusão de estilos, influências e novas tendências. É outra etapa da minha evolução como músico, e estou a gostar!”, concretiza. Ele vai a todas.
Discografia
Gaia Moçambique (1993)
- Gaia Moçambique
- Mano Zeca
- Friends
- Meninos d’África
- Xipamanine
- Rogério Dias
- Pai
- Mapiko
- Thank you Lady
Influências (1999)
- Guilhermina
- O Meu Adeus
- My All
- Influências
- Pacha Ofir
- Eu Respeito Inhambane
- Massachusetts
- Angelina
- Espaço
- Baía de Machico
- Noites Calmas.
A Lógica (2001)
- Anthony
- A Lógica
- Fusão
- Stêlla
- Halima
- Voltar à Terra
- Ethnic Emotions
- Estrada da Terra
- Reflexus
- Cream Dreams
- Príncipe.
Viver (2004)
- Viajando
- Xubenga
- Viver
- Estamos Aí
- Week End
- Maria de L. Mutola
- Moçambique
- Young Boy
- Di Meu
- Morabeza Inn
- Nha Vida.
Olhando para Trás (2006)
- Dongo Moçambique
- Thank you Lady
- Gano Zeca
- Meninos d’África
- Ana
- Ethnic Emotions
- Gaia Moçambique
- Xihono Muny
- Pom
- Olhando para Trás
- Influências.
Otis in The House (2008)
- Week End
- My Special Prayer
- Viajando
- Good Times Good Vibes
- Otis – In The House
- Anthony (Meu Irmão)
- Sax Lovers
- Uwé Muanéé
- A Vaphana va Hotele
- Hosi Katekisa Africa.
Mozamverde (2010)
- Mozamverde
- Eu Respeito Inhambane
- Nós Amizade
- Padoce de Céu Azul
- Uwéé Muanéé
- Zavahala
- Mãe Querida
- Sons da Distância
- Nha Som
- Viagem.
Revista Cidade